E assim, numa quinta feira chuvosa de inverno, presa em casa resolvo ver o filme da globo... Ok, eu vi o comercial e me interessei! E o Wagner Moura... Amo! Enfim, Romance, " Produzido por Paula Lavigne, tem roteiro de Guel Arraes e Jorge Furtado, com direção musical de Caetano Veloso" (Ajuda básica do wikipédia), estrelado pelo já citado Wagner Moura, conhecido como o famigerado Capitão Nascimento - mas ele é muito mais que aquilo como ator - e pela Letícia Sabatella, que adoro como atriz e sempre me encantou em muitos de seus trabalhos.
Eu não vou da uma sinopse longa , posso dizer que é uma
historia com amor e teatro entre Pedro e Ana, este é diretor e ator e esta
atriz. A historia gira em torno principalmente da peça Tristão e Isolda, peça
medieval de amor trágica, com a morte dos personagens no final, inspirou Romeu
e Julieta. Além disso, existe a citação de diversos outros trabalhos de teatro,
entre eles Cyrano de Bergerac. O relacionamento acaba em um primeiro momento,
por ciúmes de Pedro ao ver Ana começar a trabalhar na TV e "abandonar"
a nobre arte dos palcos. Três anos depois eles se reencontram para fazer uma
versão de Tristão e Isolda para a TV, com a história acontecendo no sertão
nordestino em épocas antigas. E a partir dai a historia se desenrola.
Enfim, confesso que achei o começo do filme um pouco chato,
com belas falas de textos literários que eu admiro bastante, e uma fotografia
incrível, mas chato. Porém, com o desenrolar da historia o expectador é preso
de uma forma que não sei nem descrever. Sinto que parte do meu encanto é devido
a literatura empreendida no roteiro nesse filme, misturado com a dose certa de
poesia e romance. Para quem ama a literatura, ou melhor, as artes em geral como
eu, não tem como se encantar com a forma como esta é exposta, colocando uma
linha tênue entre a ficção e a realidade. Alias, nisso o filme é muito bom! Por
ser extremamente metalinguista (um filme falando de como se faz TV e teatro) a
divisão entre o real e o imaginário se torna mágica. Vemos os personagens
principais a todo momento trazendo falas de obras que encaixam-se na sua
realidade, amor de vida real envolto na ficção, o ilusório acrescido com uma
dose de verdade. Um pouco de tragedia, romance, tristeza, comedia, drama,
ficção e realidade, envoltos numa áurea poética muito bem organizada. Achei uma
sacada deveras interessante a ideia de colocar um ator, que finge ser um homem
comum pra poder estrear o programa de TV da versão nordestina de Tristão e
Isolda, este é o personagem de Vladimir Brichta. Pensem comigo além: Ele é
um ator que esta interpretando uma ator que finge ser um homem comum
interpretando um personagem, irônico, tinha que compartilhar isso!
Mais que tudo isso que já foi exposto, o filme trás uma
reflexão muito boa sobre o amor e seu significado. Sobre suas faces, suas
virtudes e seus poderes. O amor ficcional que diversas vezes invade a realidade
das pessoas que as leva a conhece-lo. Wagner Moura fala e repete diversas
vezes: A paixão é um sofrimento, estar apaixonado é sofrer e gostar disso. A
paixão dura três anos, segundo o filme, depois disso vira amor ou dor? Belo
não? Afinal o que é amar?
"- Os amantes sempre se encontram tarde demais
- Na vida ou no romance?
- Nos dois."
Assistam, indico! Roteiro perfeito, trilha sonora
encantadora! Mas assistam abertos a emoções, larguem a frieza um pouco de mão,
sintam o filme! Segue abaixo o link do filme no site Filmow para vocês lerem
outras resenhas e o link para download.
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