sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Sobre contos e Paixões



Abelhas, Leões e Paixões Súbitas.

“Generalizávamos muito, Júlio e eu.
Quando aprendemos, por exemplo, que não devíamos correr de leões, aplicamos a técnica a todos os outros bichos. Sabíamos que quando um leão aparece na nossa frente, devemos nos fazer de estátua. Depois de algumas horas, o leão naturalmente vai embora.
Assim, certa vez, quando chupávamos picolé de limão num dia quente e enfadonho, e fomos atacados por abelhas, decidimos que era hora de aplicar nossos conhecimentos de sobrevivência na selva. Júlio congelou no ato. Boca aberta, língua de fora. Olhou para mim como quem diz: não se mexa! Eu dei sorte de estar com a boca fechada, língua para dentro. As abelhas, vendo nossa nova técnica, rapidamente chamaram as colegas. Gritaram:
“Corram! Corram! Encontramos dois idiotas!”
Foram pousando no picolé, nariz, aro dos óculos, língua... Júlio se manteve firme, Que causa enfado; que é monótono; cansativo. Lágrimas escorriam. Só saiu gritando depois da primeira picada, na língua.
Decidi, ali, que ele era digno do meu amor.”


Um pequeno conto do livro “cobras em composta” do MEC. Apaixonante livro, e esse conto, em especial, me encantou a ponto de acabar de ler ele e sair correndo para o notebook pra escrever algumas besteiras trabalhadas, também chamadas de minhas impressões. Sinto como se conhecesse Julio e sua garota, como se fossem um casal de amigos que há muito tenho em minha vida. Sinto como se assistisse a cena, como se ela tivesse me contado o momento que se apaixonou por Julio. E foi esse ponto que me fez vim escrever? Qual o momento que surge a paixão? Esse conto reflete muito bem isso, e trás num momento deveras engraçado e tosco o surgimento de um belo sentimento. A paixão surge nesse instante ou já havia antes e era percebida? Uma boa reflexão para minhas horas de ônibus.
Uma pequena nota sobre os ônibus: não sei o que seria da minha personalidade sem eles. Amo os ônibus (vazios e silenciosos) que me permitem pensar, me dão aquele tempo que todo ser humano precisa consigo mesmo. O ônibus é aquele momento em que eu consigo refletir a minha vida e compara-la com o mundo a fora, pela “janela lateral”. (trocadilhos com musicas que poucas pessoas conhecem, acostumem-se). Meu sonho é escrever um livro em homenagem aos ônibus, um conjunto de contos. Fica pro futuro.

Enfim, como dizia, o momento que surge a paixão. Já ouvi diversas historias de amigos sobre esse etéreo momento que qualquer ser humano na vida passa, passou ou há de passar. Alguns mais poéticos que outros, na verdade... não é o momento em si que é mais poético que os demais, mais como as pessoas o percebem. Ouso contar a historia de uma grande amiga que diz surgir a paixão numa bela queda de bicicleta, quando o ser distinto foi ajuda-la a se levantar. Naquele momento o coração tomou consciência do sentir, ou começou a sentir, vai saber... Há mais mistérios entre na terra que imaginamos. Já ouvi historias de arco Iris (confesso, minha), e músicas no meio da noite ( também minha xD)e os mais variados tipos de forma.

Bom, não chego a nenhuma conclusão aqui e nem fecho nada, vim para expor um texto belíssimo de uma ótima escritora brasileira e que merece ser divulgado, e instigar a reflexão sobre este belo instante que as lindas palavras do conto souberam trazer de forma tão leve e divertida. Pense nas suas historias, nas historias ao redor... O mundo sem historias seria um grande vazio monótono. Saibamos apreciar as histórias ver a poesia do detalhe e sorrir com isso. No mais, bom dia!

Segue abaixo o link Skoob do livro que contem esse conto e o link para download.

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