Abelhas, Leões e Paixões Súbitas.
“Generalizávamos
muito, Júlio e eu.
Quando
aprendemos, por exemplo, que não devíamos correr de leões, aplicamos a técnica
a todos os outros bichos. Sabíamos que quando um leão aparece na nossa frente,
devemos nos fazer de estátua. Depois de algumas horas, o leão naturalmente vai
embora.
Assim, certa
vez, quando chupávamos picolé de limão num dia quente e enfadonho, e fomos
atacados por abelhas, decidimos que era hora de aplicar nossos conhecimentos de
sobrevivência na selva. Júlio congelou no ato. Boca aberta, língua de fora.
Olhou para mim como quem diz: não se mexa! Eu dei sorte de estar com a boca
fechada, língua para dentro. As abelhas, vendo nossa nova técnica, rapidamente chamaram
as colegas. Gritaram:
“Corram! Corram!
Encontramos dois idiotas!”
Foram pousando
no picolé, nariz, aro dos óculos, língua... Júlio se manteve firme, Que causa enfado;
que é monótono; cansativo. Lágrimas escorriam. Só saiu gritando depois da
primeira picada, na língua.
Decidi, ali, que
ele era digno do meu amor.”
Um pequeno conto
do livro “cobras em composta” do MEC. Apaixonante livro, e esse conto, em
especial, me encantou a ponto de acabar de ler ele e sair correndo para o notebook
pra escrever algumas besteiras trabalhadas, também chamadas de minhas
impressões. Sinto como se conhecesse Julio e sua garota, como se fossem um
casal de amigos que há muito tenho em minha vida. Sinto como se assistisse a
cena, como se ela tivesse me contado o momento que se apaixonou por Julio. E
foi esse ponto que me fez vim escrever? Qual o momento que surge a paixão? Esse
conto reflete muito bem isso, e trás num momento deveras engraçado e tosco o
surgimento de um belo sentimento. A paixão surge nesse instante ou já havia antes
e era percebida? Uma boa reflexão para minhas horas de ônibus.
Uma pequena nota
sobre os ônibus: não sei o que seria da minha personalidade sem eles. Amo os ônibus
(vazios e silenciosos) que me permitem pensar, me dão aquele tempo que todo ser
humano precisa consigo mesmo. O ônibus é aquele momento em que eu consigo
refletir a minha vida e compara-la com o mundo a fora, pela “janela lateral”. (trocadilhos
com musicas que poucas pessoas conhecem, acostumem-se). Meu sonho é escrever um
livro em homenagem aos ônibus, um conjunto de contos. Fica pro futuro.
Enfim, como
dizia, o momento que surge a paixão. Já ouvi diversas historias de amigos sobre
esse etéreo momento que qualquer ser humano na vida passa, passou ou há de
passar. Alguns mais poéticos que outros, na verdade... não é o momento em si
que é mais poético que os demais, mais como as pessoas o percebem. Ouso contar
a historia de uma grande amiga que diz surgir a paixão numa bela queda de
bicicleta, quando o ser distinto foi ajuda-la a se levantar. Naquele momento o
coração tomou consciência do sentir, ou começou a sentir, vai saber... Há mais mistérios
entre na terra que imaginamos. Já ouvi historias de arco Iris (confesso,
minha), e músicas no meio da noite ( também minha xD)e os mais variados tipos
de forma.
Bom, não chego a
nenhuma conclusão aqui e nem fecho nada, vim para expor um texto belíssimo de
uma ótima escritora brasileira e que merece ser divulgado, e instigar a
reflexão sobre este belo instante que as lindas palavras do conto souberam trazer
de forma tão leve e divertida. Pense nas suas historias, nas historias ao
redor... O mundo sem historias seria um grande vazio monótono. Saibamos apreciar
as histórias ver a poesia do detalhe e sorrir com isso. No mais, bom dia!
Segue abaixo o
link Skoob do livro que contem esse conto e o link para download.
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